Cada dia que passa, maior é a nossa certeza de que nada sabemos. Informações mudam em minutos. Não existem mais verdade absolutas.
Por Consolação Resende
Vivemos uma crise sem precedentes. O “estrago” está feito e terá reflexos em um futuro próximo, seja para as famílias que tenham vítimas fatais da doença, como para toda a sociedade que se vê obrigada a mudar parâmetros outrora tidos como “imutáveis”. Vamos começar falando das coisas mais simples. Qual o significado de se ficar mais tempo em casa? Para alguns representa o aconhego, a redescoberta do amor, “comer em família ... No entanto, para outros é a destruição (será?) da família. Dados mostram que a violência doméstica neste pequeno período - de cerca de 45 dias - cresceu 400%. E é sabido que quando acontece a violência, na maior parte dos casos, é porque o relacionamento se “quebrou”, literalmente. Desta forma, podemos perceber como é importante o convívio familiar, entre marido, mulher e filhos. Mediados pela tecnologia, este “estar juntos” estava delegado a um segundo lugar. Sem poder ir para a escola, os pais estão conhecendo melhor seus filhos. É claro que percebem também como as despesas com alimentação aumentaram bem. Bom para o Ifood! Pensando-se somente neste aspecto, podemos acreditar que o Covid-19 está obrigando a um repensar a família, os relacionamentos, os contratos feitos em membros da família... Isto é bom? Vai depender da maneira como cada um lida com isto.
INDÚSTRIA DO CAOS
O dia em que Willian Bonner abre o jornal nacional com números de mortos da doença no Brasil e faz uma verdadeira encenação (isto não era aceitável no jornalismo de isenção), ele traz para dentro das nossas casas o sentimento de um caos que trabalha nossas mentes para acreditar que qualquer contato com o vírus chinês será, de fato, um encontro com a morte. Precisamos, neste momento, manter a saúde mental para entendermos que temos que partir para um enfrentamento à doença, que poderá ser positivo ou negativo. Não podemos ser irrespensáveis perente àqueles que cuidamos, seja no trabalho, seja na família, mas temos que ter esperança. Caso contrário, de fato, ao termos acesso ao Covid, estaremos de mãos com a morte. Nada pior do que a desesperança. Crer que existe um caos, apenas, e que estamos à deriva não é bom para nossa saúdemental. Com responsabilidade, temos que partir para o enfrentamento, pois a vida precisa continuar.
O QUE VIRÁ DEPOIS?
As perspectivas econômicas para um Brasil, um dos maiores países mundo tanto em área quanto em população, não é nada boa. Não temos a estrutura Européia para uma volta rápida. Diante disto quem sempre leva a pior é a população mais pobre. Percebo que o brasileiro tem muitos adjetivos que o definem, pois ele vai do céu ao inferno em segundos. Temos brasileiros corruptos e honestos, pessimistas e otimistas, engraçados, mau humorados, inteligentes, bem idiotas ... O brasileiro tem uma miscigenição atipica em se tratando de definição. Mas, uma coisa é perceptível, trata-se de um povo com um coração que é do tamanho da nossa Pátria. A bondade se faz presente entre nós, principalmente, entre o público feminino. A mobilização para ajudar aos que precisam está acontecendo em todos os cantos do Brasil. Isto é bom. Mas, é paliativo. Pensar num confinamento, tendo condições de suportar um tempo, é elitista sim. Como posso exigir das pessoas que, literalmente, “vendem o almoço para a comprar a janta” que fique em casa? Talvez, tenhamos que agigantar o nosso sentimento de empatia, para aprendermos a nos colocar no lugar do outro e, ao invés de fazermos julgamentos, devamos instruir o melhor caminho. Dizer que é ciência ou não, é totalmente contraditório, uma vez que tudo é novo e nem as pesquisas são unânimes. Abordagens científicas de um país, não devem ser fechadas em outros. Precisamos entender: SOMOS TODOS DIFERENTES! POR ISTO RESPEITO E RESPONSABILIDADE!
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