Psicologia por trás da depressão ​

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão teve um crescimento 18% nos últimos 10 anos e até 2020 vai ser a doença mais incapacitante de todo o planeta. Atualmente ela afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo mundo e no Brasil este número já alcança mais de 11,5 milhões de brasileiros. O papo de consultório traz a psicóloga, proprietária da clínica Acolher, Elizabete Diniz, para falar sobre o assunto.

Elizabete Diniz

Psicóloga Atende na Clínica Acolher Psicologia e Saúde Endereço: Rua do Rosário, 291 - Angola - Betim. Telefone: (31) 3594-4731

O que é depressão? A depressão é distúrbio afetivo que faz com que a pessoa sinta uma tristeza profunda, que geralmente não passa, independente-mente do que ela faça. Este sentimento faz com que haja uma perda de interesse, de forma generalizada, por tudo o que antes o indivíduo até gostava de fazer.

Quais são os tipos de depressão? Explique cada. Os tipos de depressão são variados, vou citar apenas alguns.

Episódio depressivo: Sintomas de curto período, que pode durar até 6 meses, alterações no humor, falta de disposição, de energia, prazer, iniciativa, alterações no sono e no apetite, entre outros, que não costumam ser intensificados.

Transtorno depressivo maior: São sintomas cada vez mais intensificados, Pode estar relacionada com fatores e heranças genéticas, que causam alterações químicas no cérebro, tendo o seu processo acelerado por situações de cunho físico ou emocional. Sua duração é mais prolongada

Depressão psicótica: Trata-se de um tipo da doença, que manifesta sintomas como tristeza, delírios e alucinações. Por mais que seja um tipo raro, qualquer pessoa pode desenvolvê-la, mesmo que não tenha casos relatados na família.

Depressão pós-parto: Muito comum e mal compreendida pela família e pela própria paciente. Sintomas como tristeza intensa e falta de esperança e dificuldade em lidar com a criança . Uma das principais causa se dá pela grande alteração hormonal, que ocorre no organismo da mãe, em decorrência do fim da gravidez.

Depressão bipolar: Pode durar semanas, meses ou anos. A causa pode ser influenciada por fatores genéticos, do ambiente, estrutura e química do cérebro. Surge dentro dos quadros de transtornos bipolares.

Depressão sazonal: Apresenta sintomas de de-pressão em épocas especiais como Natal, festas de final de ano, aniversários, e também no inverno, quando ocorre baixa exposição à luz solar. Distimia: é um tipo crônico de depressão, porém menos grave. Sentimento geral de inadequação. Essas pessoas estão sempre reclamando e são incapazes de se divertir.

Quais os sintomas de que a pessoa está com depressão? Os sintomas variam de pessoa para pessoa, as vezes, as pessoas não percebem que a outra está com depressão pois consegue esconder através de um sorriso ou outro gesto e o convívio não é constante. Mas seguem alguns sintomas: in-capacidade de sentir alegria e satisfação com a vida; sensação de vazio, angústia e incompreensão; falta de motivação e desinteresse geral; baixa autoestima, ansiedade, desespero e irritação; pensamentos negativos e falta de esperança; insônia ou excesso de sono; perda ou aumento de peso; falta de interesse ou apetite sexual; falta de concentração e lapsos de memória; dores físicas frequentes e sem causa orgânica; desejo de morte e tentativas de suicídio.

Qual o papel da família para que a pessoa vença a doença? A família é essencial para o tratamento de depressão, é nela que o paciente vai encontrar apoio e conforto. Não é fácil esse convívio. A paciência é fundamental. O doente precisa de atenção, mostre à pessoa que você entende que ela passa por um momento difícil e destaque a importância de cumprir o tratamento conforme as orientações médicas.

Que fatores que podem aumentar as chances de depressão? São vários os eventos externos e internos que podem acelerar a depressão questões genéticas, estresse, e ainda: abusos físicos, psicológicos, sexuais ou emocionais; problemas de relacionamento entre familiares, amigos ou colegas de trabalho; morte ou perda de pessoas amadas e entes queridos; desemprego; divórcio; problemas graves de saúde, como o câncer, outros tipos de doenças mentais; consumo excessivo de substâncias tóxicas, como álcool e demais drogas ilícitas, entre outros Diferencie depressão e tristeza. Sentir tristeza é normal e saudável, pois é uma reação que geralmente se apresenta quando passamos por situações que nos aborrecem, magoam ou saem do nosso controle. A tristeza se caracteriza justamente por ser uma emoção natural, associada a eventos específicos, e é um estado provisório, transitório e passageiro. A depressão, por sua vez, apre-senta sintomas permanentes de melancolia e desilusão com a vida.

A qual profissional, a família deve encaminhar uma pessoa com sintomas de depressão? Procurar ajuda de um psicólogo neste momento é essencial para que se tenha a oportunidade de descobrir o que, no dia a dia, está fazendo com que a doença se manifeste da forma como está se manifestando. Se necessário o psicológo o encaminha para o psiquiatra ou outras terapias.

Como deve ser o tratamento para depressão? Além do acompanhamento psicoterápico, a inclusão de atividades físicas na rotina do indivíduo que apresenta um quadro depressivo pode lhe trazer grandes benefícios. Isso porque, além de proporcionar distração e convívio com outras pessoas, os exercícios têm a grande capacidade de liberar substâncias no organismo que melhoram o humor, como a endorfina e a serotonina. Existe também os medicamentos ministrados por um psiquiatra, que agem diretamente no organismo no indivíduo, contribuindo para que este tenha uma melhora considerável em seu quadro. A automedicação, bem como inter-romper o tratamento sem que seu médico tenha conhecimento, são muito arriscados.

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