“Ainda bem que o Covid-19 está matando mais idosos”. Esta afirmativa mostra o quanto nossa sociedade ainda é preconceituosa em relação aos idosos, ou os “velhos”, como queiram. Isto merece até uma análise mais aprofundada.
Por Consolação Resende
É importante atentarmos que qualquer vida é valorosa, independente da idade. Na verdade, se as recomendações em relação ao Covid-19 fossem corretas desde o início da Pandemia, como o uso das máscaras, muitas vidas não teriam sido ceifadas. Voltando aos idosos, outrora, eles se consideravam um peso para a família. Não tinham saúde, nem recursos financeiros, muitos ficavam debilitados ainda jovens ... Hoje a situação está se invertendo e muitos deles acabam sustentando filhos e netos! A saúde tem sido prioridade para este grupo de pessoas, que percebe que a longevidade adquirida nas últimas décadas, impõe um cuidado melhor para com a saúde. É preciso viver e viver “bem”. A discriminação contra os idosos, nomeada de ageismo, se sustenta, principalmente, pelos estereótipos (negativos e positivos) quanto à idade avançada. Estudos no campo da psicologia revelam que os estereótipos são fontes de influência para a percepção que as pessoas têm de si próprias. Entre os estereótipos mais comuns estão: associação da velhice com doenças e deterioração intelectual e sensorial; movimentos e reações mais lentas; improdutividade; perda da sexualidade; todos envelhecem do mesmo jeito; dentre outros. Todos estes conceitos “errados” podem levar a não aceitação do processo de envelhecimento, que é natural ao ser humano. Quero aproveitar este momento de catástrofe atual para convidar às pessoas a uma reflexão acerca do processo de envelhecimento e nossas atitudes em relação às pessoas que já viveram um pouco mais do que nós. O momento é de abraçar (no sentindo conotativo da palavra) as pessoas mais experientes e aprender com elas. Muitas delas são um poço de sabedoria!
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