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Homem porco-espinho


O porco-espinho (Hystrix sp.) é mamífero roedor da família dos histricídeos, que vive na Europa, África e Ásia e que tem longos espinhos na pele, controlados ou eriçados por músculos subcutâneos e que constituem eficaz mecanismo de defesa. Os espinhos ou acúleos, nada mais são do que pelos duros, às vezes com sete (7) cm de comprimento ou mais, e que funcionam como uma armadura de proteção. Alguns porcos-espinhos podem ter 30 mil espinhos. Eles se alimentam de raízes, tubérculos, cascas de árvore, frutos etc. Não é verdade que possa arremessá-los contra os inimigos. É confundido no Brasil com o ouriço-cacheiro que, embora tenha espinhos, pertence a outra família de roedores. Em 16 de março de 1731, o astrônomo inglês John Machin apresentou na Real Sociedade de Londres um adolescente de 14 anos que sofria de um “desarranjo cuticular” incomum. Tratava-se de Edward Lambert, portador de uma forma muito grave de ictiose hystrix (Gr. e Lat. hystrix= porco-espinho), que se traduz por hiperceratoses acuminadas, conferindo ao tegumento aspecto comparado à pele de porco-espinho (Fig. 1). Não obstante sua extravagante doença de pele, ele “conseguiu” uma esposa e tornou-se pai da famosa família Lambert: 6 filhos, todos afetados pela doença, indicando o seu caráter genético. Por muitos anos Edward Lambert, seus filhos e netos, ganharam a vida expondo-se publicamente em salas de espetáculo. Via-jaram por toda a Europa e foram chamados de homens porcos-espinhos e até mesmo considerados uma nova espécie de ser humano. O mal da família Lambert foi sensacionalista e provocou considerável interesse. Num dos primeiros livros de texto de dermatologia escrito em 1808, Robert Willan dedicou um capítulo inteiro à descrição daquela família, tendo também introduzido o termo ictiose para o grupo de doenças cujas escamas lembram as dos peixes (ichtys = peixe). (Fonte: The Ichthyoses. A Guide to Clinical Diagnosis, Genetic Counseling, and Therapy – Priv. Doz. Dr. Heiko Traupe (Springer-Verlag Berlin Hei-delberg - 1989) (Fig.1). O paciente em questão era portador de nevo verrucoso generalizado. Segundo Sampaio e Rivitti em Dermatologia 3ª. Ed. p. 1129-1130 - 2008 - Artes Médicas: “O nevo verrucoso ou epidérmico é malformação congênita caracterizada por hiperplasia das estruturas epidérmicas”. São considerados hamartomas resultantes ou da produção de fa-tores de crescimento dos queratinócitos ou fibroblastos geneticamente alterados ou de alterações gênicas de receptores retinoides, entre outras possibilidades. “Além dos problemas es-téticos que acarretam, podem ocorrer, nas localizações flexurais, maceração, edema, eczematização e infecção secundária das lesões”.

(Artigo adaptado do Livro Analogias no Ensino Médico – 1ª Ed. - Editora Coopmed)

*ANALOGIA: PONTOS DE SEMELHANÇA ENTRE COISAS DIFERENTES; SIMILITUDE, PARECENÇA.

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