Fila indiana refere-se a fila formada por pessoas alinhadas uma atrás da outra ou fileira de coisas ou objetos dispostos da mesma maneira; fila única ou singela. Os primeiros alinhamentos das pessoas em fila remontam à vida na selva, quando um dos indivíduos interessados em entrar na mata caminhava na frente, abrindo caminho para que os outros o seguissem. Segundo os lexicógrafos, a expressão fila indiana teve origem pela formação em fila única dos índios americanos ao caminharem pelas florestas e trilhos (em inglês: indian or single file (fila por um). Por outro lado, o homem pode ter se inspirado nos animais que, frequentemente, caminham enfileirados, seja por instinto de organização, proteção ou liderança. A fila indiana, empregada em geral como medida disciplinadora, tem ampla aplicação em escolas, conventos, bilheterias de cinemas/teatros, atendimento a pessoas em instituições diversas etc. A medicina diagnóstica se vale do aspecto de “fila indiana” em algumas situações. – No carcinoma lobular invasor da mama, as células malignas tendem a infiltrar o estroma de maneira linear, formando cordões unicelulares ou fileiras de uma só célula entre feixes de fibras colágenas, o que motivou o conceito de infiltração do tipo fila indiana (em inglês: indian file pattern). Esta disposição arquitetural é muito útil para o reconhecimento histológico deste tipo de tumor. Às vezes, as fileiras dispõem-se concentricamente ao redor de ductos terminais, configurando o aspecto de alvo ou olho de boi. O mesmo padrão de células malignas enfileiradas é visto em outros tumores infiltrantes, como no carcinoma difuso do estômago e nas metástases cutâneas de carcinomas, como o de mama. – Uma das formas mais importantes de hepatite viral é a provocada pelo vírus C. As alterações patológicas deste tipo de hepatite são essencialmente semelhantes a outras, como tumefação dos hepatócitos, apoptose, colestase e infiltração intralobular de linfócitos. Pode ocorrer lesão de ductos biliares e agregados linfoides portais configurando folículos, sendo o quadro mais característico da sua fase crônica. O infiltrado linfocítico pode ser proeminente nos sinusóides e assumir o aspecto de fila indiana (indian file appearence) e não se acompanhando de dano significativo ao parênquima, assemelhando-se a hepatite por vírus Epstein-Barr (quadro mononucleose-símile). Esses achados são importantes para o reconhecimento histológico dessa hepatite. – Na mononuclease infecciosa as células linfoides atípicas ao longo dos sinusoides hepáticos frequentemente se dispõem em fila única, simulando infiltração por doença linfoproliferativa como leucemia. – O nevo de Spitz – de células epitelioides e fusiformes – pode apresentar certo grau de comprometimento da derme reticular, com células névicas isoladas e enfileiradas, diferentes do padrão de invasão do melanoma maligno. Este aspecto serve como critério para diagnóstico diferencial entre um tumor benigno e outro bastante agressivo.
(Artigo adaptado, em parte, do livro Analogias no Ensino Médico 1ª Ed. – Belo Horizonte)
ANALOGIA: PONTOS DE SEMELHANÇA ENTRE COISAS DIFERENTES; SIMILITUDE, PARECENÇA.
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