Ela tinha ascendência alemã. Era alta, bonita e loira natural, tinha os olhos azuis e exibia um corpo estonteante e sensual. Havia um detalhe: apesar de loira, era muito inteligente e versátil. De família humilde e tradicional, estudava na capital, em uma faculdade profissionalizante, a duras penas, pois o “vil metal” era escasso. Fizesse sol, fizesse chuva, adorava namo-rar, dançar e fazer um programa noturno nos fins de semana, na capital. Como a cidade, na época, era muito puritana, conservadora, e ela era muito discreta, não queria trazer problemas para si ou para sua família. Desse modo, ia tocando a vida, até que, em uma noite, após uma interessantíssima aula na faculdade, teve um “estalo” em relação a seus programas noturnos: — Por que não cobrar? E assim fez. Até porque tinha um diferencial de suma importância para o caso em questão: como Hilda Furacão, por um capricho da natureza, tinha o dom do tal “furor uterino”: era ninfomaníaca. Seu preço também era estonteante. Os negócios iam tão bem que, agora, em dias de semana, após as aulas, ainda fazia alguns programas extras. Aderiu, então, literalmente, de corpo e alma, à mais velha profissão do mundo, mas com consciência, dignidade e altivez. No fim do ano letivo, formou-se e, desde então, com o diploma na mão, ficou eternamente grata à faculdade profissionalizante, pois conseguiu unir o útil ao agradável...
*DO LIVRO “SÓ MESMO EM BETIM... II E OUTRAS AVENÇAS”. NO PRELO.
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