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Oncologia: avanços e desafios


Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que 1,2 milhão de novos casos de câncer devem surgir no país entre 2018 e 2019. Só neste ano, a estimativa é que surjam 582 mil novos casos – 300 mil em homens

e 282 mil em mulheres.

Ainda segundo o estudo, em cada 10 casos, três estão relacionados ao estilo de vida que as pessoas levam. Hábitos como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e exposição excessiva ao sol aumentam as chances de incidência da doença.

Nesta edição, o jornal SUA SAÚDE entrevista o oncologista Victor Hugo, médico da Cetus Betim e do Conselho Editorial Sua Saúde. Com 25 anos de carreira, nosso médico descobriu a Oncologia por acaso e fez da especialidade parte integrante e fundamental de sua vida. Um dos sócios da Cetus Medicina Oncológica, dr. Victor Hugo, é também um dos idealizadores do projeto ORCCA, que combate o Câncer em Betim.


Sua SAÚDE - Como surgiu o interesse do senhor pela Oncologia?

Dr. Victor - Meu interesse em Oncologia foi consequência do Ocaso. Eu era estudante de medicina do 6º período, quando fui aluno de André Murad, um excelente professor de MGA (Medicina Geral de Adultos). Ao final da disciplina, pedi para acompanhá-lo para adquirir mais conhecimento, sendo aceito a partir do 8º período. Quando cheguei com ele ao ambulatório de Oncologia Bias Fortes, foi paixão à primeira visita! Ali estava o que eu queria ser: oncologista.


Sua SAÚDE - De uma maneira geral, quais avanços houveram no tratamento do câncer no país?

Dr. Victor - Os avanços da Oncologia acontecem, de modo geral, no ambiente da imunoterapia. Os tratamentos lentamente deixam de ser por quimioterapia e passam a ser por imunoterapia, que bloqueia os mecanismos que os tumores usam para se esconder do nosso sistema imunológico. Quando bloqueados, permitem que nosso sistema imunológico percebam os defeitos das células doentes e, assim, é possível destruí-las.

Também temos no campo da cirurgia, a robótica. Com o robô, o cirurgião consegue mais precisão.


Sua SAÚDE - Para o senhor, quais os maiores desafios que a Oncologia encontra no Brasil, na área clínica e principalmente no campo da pesquisa?

Dr. Victor - Os principais desafios são o financiamento e o acesso. Temos um sistema de saúde universal, inclusive em definição, no entanto, por falta de financiamento e orçamentos cada vez menores, nosso SUS fica cada vez mais utópico. Também na saúde suplementar, suportar os custos exorbitantes de novas tecnologias está ficando impossível. Precisamos discutir, dentro de nossas posses, de nossas condições, o que faremos. Precisamos aceitar que não somos ricos! A pesquisa clínica de oncologia brasileira se restringe ao desejo da indústria farmacêutica, só o que tem potencial de ser comercializado com muito lucro será pesquisado...


Sua SAÚDE - Qual é o papel das diversas especialidades médicas no diagnóstico e acompanhamento do paciente oncológico?

Dr. Victor - O câncer é como tudo na vida, o que não se conhece, o que não se percebe (só cumprimentamos quem conhecemos). Todos os especialistas generalistas precisam pensar oncologicamente (posto a possibilidade de ser câncer primeiro). Este é um desafio: treinar os colegas com esse conhecimento. Diagnóstico precoce, em tempo de cura! Em seguida entra o papel do cirurgião oncológico, que fará um único procedimento de forma correta. Só assim se permite a cura.


Sua SAÚDE - Acompanhando seu trabalho em Betim, queremos informar ao nosso leitor, como está o projeto da construção do Hospital de Câncer da Orcca?

Dr. Victor - A ORCCA recebeu uma área de 34.800 m² para a construção de um hospital para tratamento e diagnóstico precoce do câncer. Neste ano, estamos concluindo a planta (projeto do Hospital Dia e Ambulatório de Oncologia), função realizada hoje em Betim pela Cetus Medicina Oncológica.

O custo inicial do projeto é de três milhões. Já temos alguns parceiros para nos ajudar a custear, como por exemplo, a Fundação Marun Patrus. Estamos certos de que assim que iniciarmos a primeira etapa, ainda neste ano, a velocidade deverá aumentar. Com certeza, em 6 a 7 anos, teremos o nosso centro de referência em Oncologia no estado de Minas.


Sua SAÚDE - Deixe seu recado para o leitor do SUA SAÚDE?

Dr. Victor - Caro leitor, você conhece a ORCCA? Não. Então venha conhecer. A luta contra o Câncer é de cada um de nós. Venha fazer parte desta rede do bem!

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