
O câncer colorretal está entre os tumores malignos mais comuns.
É o terceiro câncer mais frequente no mundo, sendo o segundo tipo de neoplasia que mais leva ao óbito.
A incidência de câncer de cólon cresceu em todos os continentes nas últimas décadas, exceção feita apenas a alguns países, como os Estados Unidos, em que se nota queda da incidência desde meados dos anos 80 do século passado. Já nesta última década, tem-se identificado uma leve redução da incidência e da mortalidade deste tipo de tumor, muito provavelmente em razão de uma melhoria nos métodos de detecção precoce, além dos avanços terapêuticos alcançados nos últimos anos. No Brasil, é estimado o surgimento de 13 casos novos a cada 100 mil homens e 15 para cada 100 mil mulheres.
Os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de cólon podem ser ambientais e genéticos. Entre os fatores ambientais, a dieta com alto teor calórico e o índice de massa corporal elevado têm sido considerados fatores predisponentes, assim como o consumo de carnes vermelhas e de gordura em geral. O sedentarismo, tabagismo, ingestão de álcool e a presença de doenças inflamatórias intestinais também são considerados fatores de risco. O consumo de frutas e vegetais foi considerado fator protetor em alguns trabalhos epidemiológicos. A história familiar é outro fator de risco importante para o aparecimento do câncer colorretal. A presença de um parente de primeiro grau com câncer colorretal aumenta em 2 a 3 vezes o risco de se desenvolver a doença, particularmente se em idade jovem. As síndromes hereditárias relacionadas ao surgimento de pólipos são responsáveis por menos de 5% dos casos de câncer cólon.
ATENTO AOS SINAIS
Consideramos a detecção precoce passo fundamental no manejo dos tumores de cólon nos dias atuais. Tumores do intestino grosso (colon) geralmente crescem de forma silenciosa, ou seja, não apresentando sintomas. É importante entender que nem todo sangramento pelo ânus provém de hemorróidas, assim como as mesmas não causam câncer. Mas o sangramento proveniente de hemorróidas pode atrapalhar ou confundir o diagnóstico de câncer. Os sintomas de pólipos ou câncer intestinal só aparecem quando estão mais avançados, portanto é recomendado que você consulte um médico especialista, sempre que apresentar:
Sangramento ao defecar ou sangue nas fezes;
Mudanças no ritmo do funcionamento intestinal (diarreia e constipação alternados), vontade frequente de ir ao banheiro, sensação de gases ou distensão;
Dor ou desconforto abdominal ou anal
Fraqueza, anemia e perda de peso sem causa aparente.
Além disso, mesmo sem apresentar sintomas, ao completar 50 anos, você também deve procurar um especialista para receber as orientações de rastreamento. Caso você possua algum parente de primeiro grau com este câncer, seu rastreio deve começar aos 40 anos, ou 10 anos antes da idade em que o familiar foi identificado com o tumor.
DIAGNÓSTICO PRECOCE SALVA
A principal lesão precursora desse tipo de câncer é o pólipo adenomatoso, neoplasia mais frequente do intestino grosso. Dados da literatura nos mostram que as lesões adenomatosas avançadas são fatores que podem levar ao desenvolvimento do carcinoma colorretal. Apesar das evidências de que a sobrevida de um paciente diagnosticado com câncer colorretal em estágio inicial ser de 90%, infelizmente menos de 40% dos pacientes são diagnosticados quando o câncer ainda é localizado. Entende-se por rastreamento a aplicação de exames de fácil execução para um grupo populacional assintomático que deve submeter-se aos métodos mais específicos e de maior complexidade para detecção do câncer.
Para pacientes sem sintomas, sem história familiar e não portadores de doenças inflamatórias intestinais, a Sociedade Americana do Câncer recomenda o rastreamento a partir dos 50 anos, com exames de sangue oculto nas fezes anuais e retosigmoidoscopia flexível a cada 5 anos (ou enema opaco a cada 5 anos ou colonoscopia a cada 10 anos ou colonografia virtual a cada 5 anos). Para pacientes com sintomas ou com história familiar, a colonoscopia deve ser realizada de imediato. A colonoscopia é o exame em que o médico especialista avalia, através de um equipamento óptico, todo o intestino por dentro. Este exame é o padrão ouro para detecção e remoção dos pólipos adenomatosos. Quando realizado com preparo intestinal adequado, pode detectar pequenos pólipos (adenomas) e até mesmo lesões neoplásicas precoces. Desta forma, a colonoscopia pode reduzir o risco de morte por câncer colorretal através da retirada dessas lesões.
A colonoscopia é um método endoscópico bastante seguro, quando realizado por especialistas, e indolor, pois o paciente encontra-se sob a assistência de um anestesista durante todo o procedimento. Normalmente pode ser realizado em ambiente ambulatorial especializado (clínicas de endoscopia), e o paciente recebe alta para casa cerca de uma hora após o procedimento.
SETEMBRO VERDE
Campanhas para estimular a prevenção do câncer colorretal são realizadas em todo o mundo. No Brasil, estamos no SETEMBRO VERDE, que nos mesmos moldes do outubro rosa para câncer de mama, busca incentivar e orientar os pacientes a procurarem médicos especialistas para a realização dos exames preventivos para o câncer colorretal. Desta forma, esperamos contribuir com o diagnóstico de lesões precursoras do câncer (adenomas), evitando o desenvolvimento de lesões malignas e/ou avançadas desta doença.
Dr. Maurcío Bueno Fontes
CRM MG 29234
Gastroenterologista e
Endoscospia Digestiva
Tel.: (31) 3532 -1260
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