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Foto do escritorConsolacao Resende

COMO ERA O ANTIGO MERCADO MUNICIPAL DE BETIM

O antigo Mercado Municipal de Betim foi inaugurado em 1964, na gestão do saudoso prefeito Alcides Braz.

Era localizado na avenida Amazonas, no centro da cidade, onde é hoje a alameda Maria Turíbia de Jesus. Fazia divisa com a então Escola Estadual Conselheiro Afonso Pena, atual Museu Paulo Araújo Moreira Gontijo. Na entrada, ampla e aberta, havia duas altas colunas de alvenaria, encimadas por uma estrutura metálica onde se lia uma propaganda comercial: “Serralheria Kennedy Ltda.” O mercado começava na avenida Amazonas, em um passeio calçado de pedras “pé de mole-que”, e apresentava uma inclinação em direção aos fundos. Havia uma fileira de bancas comerciais centrais, com um acesso entre elas e nas laterais; nas laterais propriamente ditas, encontravam-se outras lojas, contínuas, tendo o conjunto o formato da letra “U”. As bancas e os estabelecimentos comerciais, ocupados por vários comerciantes autóctones, eram construídos precariamente pelos próprios feirantes, com muita madeira; no telhado, predominavam as telhas de amianto.

Na parte central, as bancas dos comerciantes eram as chamadas “bancas dos produtores”, pois eles próprios produziam e comercializavam seus produtos, como legumes, verduras, frutas e ovos. As bancas, da frente para os fundos, geralmente levavam o nome de seus ocupantes: 1) Banca da Maria das Neves; 2) Banca do José Viriato; 3) Banca do Santinho; 4) Banca do Zinho do Josias; 5) Banca do Paulo Coleta; 6) Banca do Geraldo (o Jacaré); 7) Banca do Osvaldo; 8) Banca do Mário e, depois, do Rogério Brant. Nas partes laterais, as lojas eram ocupadas pelos comerciantes propriamente ditos, que compravam as mercadorias de terceiros.

As vendas eram feitas, na maioria das vezes, pelo sistema de cadernos, com anotações feitas à mão, com exceção da Mercearia Bandeirante, que vendia quase que só à vista. As lojas, também chamadas com o nome dos ocupantes, eram assim distribuídas, no sentido horário: 1) Mercearia Bandeirante; 2) Loja do José Viriato; 3) Loja do Candu (depois, do Joel); 4) Loja do José Rezende Franco; 5) Loja do Álvaro Milagre; 6) Loja do Walter e da Neide; 7) Loja do Adélio; 8) Loja do Antônio Cacimba (depois, do Mário Brant); 9) Loja do Edson do Mocotó; 10) W. C.; 11) Loja do João Grilo; 14) Loja do Nhén das Bandeirinhas; 15) Loja do Alci; 16) Loja do João Basílio; 17) Loja do Jésus Cândido (Mercearia Santa Marta); 18) Loja do João Balbi. As lojas eram muito sortidas e de tudo vendiam, como a do Jésus Cândido. Tanto as bancas quanto as lojas, da frente para os fundos, comercializavam, de modo geral, os seguintes produtos:

Bancas

1) Banca da Maria das Neves: frutas e verduras; 2) Banca do José Viriato: frutas; 3) Banca do Santinho: verduras; 4) Banca do Zinho e do Josias: verduras e frutas; 5) Banca do Paulo Coleta: verduras, alfaces e fumos; 6) Banca do Geraldo (o Jacaré): verduras e frangos; 7) Banca do Osvaldo: fumo; 8) Banca do Mário e, depois, do Rogério Brant: peixe.

Lojas

1) Mercearia Bandeirante: artigos de mercearia; 2) Loja do José Viriato: frutas e verduras; 3) Loja do Candu (depois, do Joel): queijos, frangos, ovos, linguiças e verduras; 4) Loja do José Rezende Franco: armazém de secos e molhados; 5) Loja do Álvaro Milagre: armazém de secos e molhados; 6) Loja do Walter e da Neide: frutas e verduras; 7) Loja do Adélio: frutas, ver-duras e ovos; 8) Loja do Antônio Cacimba (depois, do Mário Brant): frutas, verduras, ovos e frangos; 10) Loja do Edson do Mocotó: caldo de mocotó; 11) W. C.; 12) Loja do João Grilo: frutas, verduras e frangos; 14) Loja do Nhén das Bandeirinhas: frutas, ovos e verduras; 15) Loja do Alci: frutas, ovos e verduras; 16) Loja do João Basílio: açougue; 17) Loja do Jésus Cândido (Mercearia Santa Marta): mercearia e miudezas; 18) Loja do João Balbi: frios e frangos abatidos

A comercialização de produtos era feita também do lado de fora do imóvel, no passeio, tendo à esquerda o senhor Joaquim Corcunda, que comercializava frutas, legumes e passarinhos. Do lado oposto, estava o Juca, que vendia laranjas e mexericas. Os ocupantes do antigo mercado, genericamente chamados de “feirantes”, tinham como lazer um time de futebol, o qual existiu por muitos anos.

Naquela época, com sua singeleza e sua simplicidade, o primeiro mercado da cidade cumpriu muitíssimo bem suas funções. Posteriormente, em 1978, ele foi transferido para o antigo Centro de Abastecimento de Betim (Ceabe), atual Mercado Municipal de Betim, na gestão do prefeito Osvaldo Resende Franco, em amplas e modernas instalações. Mas o antigo Mercado Municipal, com suas instalações simples e até mesmo precárias, mas com um atendimento personalizado, onde todos se conheciam, até hoje deixa um gostinho de saudade para os mais antigos. Uma época risonha e franca, que não volta mais...

DR. EDUARDO AMARAL GOMES

MÉDICO ORTOPEDISTA E TRAUMATOLOGISTA

HISTORIADOR BISSEXTO

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