Desde 2007 que no Canadá, é proibido comercializar o produto por causa do risco de acidentes.
Na Europa e nos Estados Unidos, uma lei semelhante está em análise. A Sociedade Brasileira de Pediatria desaprova o uso do produto desde que uma criança faleceu, em 2009, no Rio Grande do Sul, depois de um acidente com o aparelho. Em janeiro, uma família baiana também perdeu seu bebê.
Dados britânicos também mostram que o andador é o equipamento infantil que mais provoca acidentes e lesões, em especial devido à velocidade que os bebês podem atingir. A maioria dos acidentes acontece quando o bebê tromba em alguma coisa, encontra um degrau ou um obstáculo e o andador vira.
Em geral, a primeira parte do corpo do bebê a ser atingida em um acidente com andador é a cabeça, podendo haver traumatismos cranianos de diversas proporções, desde leves, sem consequências, até bem mais graves e, em casos extremos, fatais.
Outro perigo é a falsa sensação de segurança que o andador transmite a quem está tomando conta da criança. Como ela está presa no andador, as pessoas tendem a deixá-la por mais tempo sozinha, quando na verdade deveria acontecer justamente o contrário.
Um andador que atinge uma velocidade de 1m/s, como aqueles em que os bebês permanecem sentados no centro, pode rapidamente fugir do controle dos pais num piscar de olhos. Eles ainda não têm noção do perigo, ficam susceptíveis a várias situações de risco, por exemplo, escadas, piscinas e cantos de mesa, sem contar os inúmeros objetos que podem alcançar pelo caminho e levar à boca.
Em contraponto, pesquisas científicas não demonstram nenhum benefício no desenvolvimento motor associado ao andador.
SOBRE O USO DO
ANDADOR:
1. Prejudica as articulações da criança que ainda não consegue ficar de pé sozinha, mesmo que com apoio, num andador pode levar a lesões nas articulações dos membros inferiores, pois os músculos das pernas não estão devidamente fortalecidos e por isso as articulações podem ficar mais ‘frouxas’, havendo risco de lesões.
2.. Forma de pisar do bebê no andador adota uma postura incorreta, podendo provocar no futuro, má postura, problemas na coluna ou até ao andar. Além disso, quanto mais o bebê fica no andador, menos ele engatinha, exercício essencial para desenvolver a força nos músculos das pernas.
3. Atrasa o desenvolvimento intelectual do bebê que não explora tanto o ambiente à sua volta como as que estão livres no chão. Assim, o bebê tem menos oportunidade de se interessar pelos brinquedos à sua volta porque não consegue pegar nada do chão.
4. O andador causa mais acidentes que qualquer outro produto voltado para bebês entre 5 e 15 meses. Ele é responsável por 80% das lesões que resultam de quedas em escadas ou tropeços.
5. No Brasil, a cada ano são realizados cerca de dez atendimentos de emergência para cada mil bebês com menos de 1 ano, acidentados com andador . Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando de hospitalização.
6. Colocar a criança de até 1 ano num veículo que pode atingir a velocidade de 1 metro por segundo é como entregar a chave do carro a um menino de 10 anos.
7. O bebê não precisa do andador para entretenimento: sente-se com ele e faça caretas, conte histórias ou brinque.
8. Os próprios pais podem ensinar a criança a andar auxiliando de acordo com a fase do desenvolvimento físico-motor em que ela se encontra.
9. Não existe idade correta para a criança começar a andar, mas, de modo geral, por volta dos 10 a 12 meses ela já está apta a fazê-lo.
10. Caso os pais, de fato, não tenham condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, ele deve ser colocado num cercadinho com brinquedos indicados para a sua idade.
O que aconselhável para ajudar no desenvolvimento da criança
1- Deixar o bebê andar descalço;
2- Caminhar com o bebê, segurando-o pelas duas mãos;
3- Caminhar com o bebê na areia;
4- Chamar pelo bebê a alguns metros dele para incentivá-lo a andar;
5- Chamar pelo bebê a alguns metros dele para vir pegar no seu brinquedo favorito.
6 A 7 MESES - Quando a criança já é capaz de permanecer sentada sozinha, deixe-a livre no chão, com segurança. Espalhe brinquedos adequados para a idade (cuidado, o bebê leva tudo à boca) perto e longe do bebê, para que ele possa tentar alcançá-los.
8 A 9 MESES - Deve-se estimular a postura de “gato” e o engatinhar, pois, assim, ela ganhará independência para explorar os ambientes e adquirir coordenação. Nessa etapa, o cercadinho com brinquedos também é bastante útil.
10 MESES - A partir daí, surge a possibilidade de deixar o bebê em pé sozinho no cercadinho e fora dele. Sempre que possível, sente-se no chão com ele e o coloque em pé, então, com as suas mãos no quadril dele vá promovendo deslocamentos leves laterais e também para frente e para trás para treinar o equilíbrio e a transferência de peso. Sentindo que ele está seguro, progrida com uma caminhada apoiando as duas mãos do pequeno, evolua para uma mão e vá dando cada vez mais liberdade.
PARA OS PAIS
É muito importante o controle da ansiedade dos pais, pois cada criança tem o seu tempo. Por isso, não se deve fazer comparações com irmãos, primos, vizinhos etc. Os pais também não podem deixá-la amedrontada, pois é preciso que realize as atividades com tranquilidade. Espera-se que o bebê inicie a marcha livre dos 10 aos 14 meses, estando absolutamente dentro da normalidade. Não exija nada do que ele é capaz, mas nunca deixe de estimula-lo, pois desde bebê somos movidos a estímulos.
JOSÉ GERALDO DE FARIA
Mestrado em Ciência do Esporte; Pós-Graduado em Acupuntura; Terapeuta Holístico e Graduado em Educação Física.
(31) 2571-2694 / 99865-6986
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